sexta-feira, 1 de junho de 2012

IMPRESSÕES SOBRE A INTERVENÇÃO “TEMPOS MODERNOS”


          O “Tempos Modernos” começou bem antes, em casa. Comecei assistindo ao filme “Grand Hotel”, de Edmund Goulding, 1932, com Greta Garbo e Joan Crawford. Não sei, senti vontade de assisti-lo e de alguma maneira ele me ajudou a me transportar para aquela época. Adoro esse filme. Poderia assistir mil vezes. E toda aquela sensação daquele tempo, começou a se instalar na minha mente.
         Começo a me vestir, e nesse processo percebo que meu corpo vai tomando partem nesse mundo que pretendo alcançar. Os detalhes são o que me fascinam. Colocar as meias... Afivelar os sapatos...  O gesto se intensifica. Algo acontece.
         Quando entramos na Pinacoteca, os olhares mudam. Quem sou eu? Quem é ela? Quanto tempo faz que já nos encontramos? Já estivemos ali? Que caminhos nos trouxeram aqui?
         As pessoas parecem distantes, numa outra dimensão. Ouço vozes e elas me dão a ponte para a realidade. Trocamos olhares e sentimos (percebemos) o que fazer. Gestos lentos, espelho, ou simplesmente parar e ver o movimento do mundo.
         Contemplação. Procuro ver além do que quer ser visto. Posso olhar com mais precisão. O gesto lento procura chamar a atenção das pessoas para uma outra realidade. A razão tenta me roubar a calma. Luto contra isso.
         Música no ambiente. Sinto vontade de dançar, mas não é o momento. É como se eu estivesse num filme. Vejo as cenas, os cortes, as imagens vão se projetando lentamente. O tempo passa. 


Estaremos sentindo as mesmas coisas?

Jeanice Ferreira


DIA 07 DE ABRIL/2012, NA ABERTURA DA EXPOSIÇÃO “GIGANTES EM MINIATURA” DE FLÁVIO MEYER, NA PINACOTECA BENEDITO CALIXTO, EM SANTOS/SP

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